sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

JORNAL NACIONAL De Bonner Para Homer

Esta é antiga, mas vale a pena.

"Laurindo Lalo Leal Filho* em 5/12/2005 para Carta Capital

De Bonner Para Homer

Perplexidade no ar. Um grupo de professores da USP está reunido em torno da mesa onde o apresentador de tevê William Bonner realiza a reunião de pauta matutina do Jornal Nacional, na quarta-feira, 23 de novembro.

Alguns custam a acreditar no que vêem e ouvem. A escolha dos principais assuntos a serem transmitidos para milhões de pessoas em todo o Brasil, dali a algumas horas, é feita superficialmente, quase sem discussão.

Os professores estão lá a convite da Rede Globo para conhecer um pouco do funcionamento do Jornal Nacional e algumas das instalações da empresa no Rio de Janeiro. São nove, de diferentes faculdades e foram convidados por terem dado palestras num curso de telejornalismo promovido pela emissora juntamente com a Escola de Comunicações e Artes da USP. Chegaram ao Rio no meio da manhã e do Santos Dumont uma van os levou ao Jardim Botânico.

A conversa com o apresentador, que é também editor-chefe do jornal, começa um pouco antes da reunião de pauta, ainda de pé numa ante-sala bem suprida de doces, salgados, sucos e café. E sua primeira informação viria a se tornar referência para todas as conversas seguintes. Depois de um simpático ‘bom-dia’, Bonner informa sobre uma pesquisa realizada pela Globo que identificou o perfil do telespectador médio do Jornal Nacional. Constatou-se que ele tem muita dificuldade para entender notícias complexas e pouca familiaridade com siglas como BNDES, por exemplo. Na redação, foi apelidado de Homer Simpson. Trata-se do simpático mas obtuso personagem dos Simpsons, uma das séries estadunidenses de maior sucesso na televisão em todo o mundo. Pai da família Simpson, Homer adora ficar no sofá, comendo rosquinhas e bebendo cerveja. É preguiçoso e tem o raciocínio lento.

A explicação inicial seria mais do que necessária. Daí para a frente o nome mais citado pelo editor-chefe do Jornal Nacional é o do senhor Simpson. ‘Essa o Homer não vai entender’, diz Bonner, com convicção, antes de rifar uma reportagem que, segundo ele, o telespectador brasileiro médio não compreenderia.

Mal-estar entre alguns professores. Dada a linha condutora dos trabalhos - atender ao Homer -, passa-se à reunião para discutir a pauta do dia. Na cabeceira, o editor-chefe; nas laterais, alguns jornalistas responsáveis por determinadas editorias e pela produção do jornal; e na tela instalada numa das paredes, imagens das redações de Nova York, Brasília, São Paulo e Belo Horizonte, com os seus representantes. Outras cidades também suprem o JN de notícias (Pequim, Porto Alegre, Roma), mas elas não entram nessa conversa eletrônica. E, num círculo maior, ainda ao redor da mesa, os professores convidados. É a teleconferência diária, acompanhada de perto pelos visitantes.

Todos recebem, por escrito, uma breve descrição dos temas oferecidos pelas ‘praças’ (cidades onde se produzem reportagens para o jornal) que são analisados pelo editor-chefe. Esse resumo é transmitido logo cedo para o Rio e depois, na reunião, cada editor tenta explicar e defender as ofertas, mas eles não vão muito além do que está no papel. Ninguém contraria o chefe.

A primeira reportagem oferecida pela ‘praça’ de Nova York trata da venda de óleo para calefação a baixo custo feita por uma empresa de petróleo da Venezuela para famílias pobres do estado de Massachusetts. O resumo da ‘oferta’ jornalística informa que a empresa venezuelana, ‘que tem 14 mil postos de gasolina nos Estados Unidos, separou 45 milhões de litros de combustível’ para serem ‘vendidos em parcerias com ONGs locais a preços 40% mais baixos do que os praticados no mercado americano’. Uma notícia de impacto social e político.

O editor-chefe do Jornal Nacional apenas pergunta se os jornalistas têm a posição do governo dos Estados Unidos antes de, rapidamente, dizer que considera a notícia imprópria para o jornal. E segue em frente.

Na seqüência, entre uma imitação do presidente Lula e da fala de um argentino, passa a defender com grande empolgação uma matéria oferecida pela ‘praça’ de Belo Horizonte. Em Contagem, um juiz estava determinando a soltura de presos por falta de condições carcerárias. A argumentação do editor-chefe é sobre o perigo de criminosos voltarem às ruas. ‘Esse juiz é um louco’, chega a dizer, indignado. Nenhuma palavra sobre os motivos que levaram o magistrado a tomar essa medida e, muito menos, sobre a situação dos presídios no Brasil. A defesa da matéria é em cima do medo, sentimento que se espalha pelo País e rende preciosos pontos de audiência.

Sobre a greve dos peritos do INSS, que completava um mês - matéria oferecida por São Paulo -, o comentário gira em torno dos prejuízos causados ao órgão. ‘Quantos segurados já poderiam ter voltado ao trabalho e, sem perícia, continuam onerando o INSS’, ouve-se. E sobre os grevistas? Nada.

De Brasília é oferecida uma reportagem sobre ‘a importância do superávit fiscal para reduzir a dívida pública’. Um dos visitantes, o professor Gilson Schwartz, observou como a argumentação da proponente obedecia aos cânones econômicos ortodoxos e ressaltou a falta de visões alternativas no noticiário global.

Encerrada a reunião segue-se um tour pelas áreas técnica e jornalística, com a inevitável parada em torno da bancada onde o editor-chefe senta-se diariamente ao lado da esposa para falar ao Brasil. A visita inclui a passagem diante da tela do computador em que os índices de audiência chegam em tempo real. Líder eterna, a Globo pela manhã é assediada pelo Chaves mexicano, transmitido pelo SBT. Pelo menos é o que dizem os números do Ibope.

E no almoço, antes da sobremesa, chega o espelho do Jornal Nacional daquela noite (no jargão, espelho é a previsão das reportagens a serem transmitidas, relacionadas pela ordem de entrada e com a respectiva duração). Nenhuma grande novidade. A matéria dos presos libertados pelo juiz de Contagem abriria o jornal. E o óleo barato do Chávez venezuelano foi para o limbo.

Diante de saborosas tortas e antes de seguirem para o Projac - o centro de produções de novelas, seriados e programas de auditório da Globo em Jacarepaguá - os professores continuam ouvindo inúmeras referências ao Homer. A mesa é comprida e em torno dela notam-se alguns olhares constrangidos.

* Sociólogo e jornalista, professor da Escola de Comunicações e Artes da USP"

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Fideltorix e os irredutíveis cubanos

Estamos no ano 2008 depois de Cristo. Todo o Globo se rendeu ao capitalismo... Todo? Não! Uma ilha povoada por irredutíveis cubanos ainda resiste ao invasor.

Ao contrário do herói gaulês Vercingétorix, Fidel sobreviveu a Cesar. Sua renúncia, por motivos de saúde, tem sido apresentada pela grande imprensa como uma derrota, mas o ódio rancoroso é tão forte justamente porque Fidel venceu. Venceu porque sobreviveu, e se chegou a hora de se retirar, foi porque o tempo o derrotou, não seus inimigos.

Os EUA atacaram sistematicamente o regime socialista de Cuba. Organizaram a aventura da invasão da Baía dos Porcos em 1961, estabeleceram um embargo econômico que perdura desde 1962 e tentaram matar Fidel Castro dezenas de vezes. Assassinaram Che Guevara. Todavia, o império estava diante dos irredutíveis cubanos.

Sei que o socialismo cubano não é o paraíso na Terra, mas desconfio seriamente de que seja um dos países que foram mais longe no atendimento das necessidades de sua população. São notórias as grandes conquistas sociais, especialmente em saúde e educação.

Cuba precisa de reformas, mas não de contra-revolução. O partido único, a pena de morte, a prisão por crime político e o cerceamento da liberdade de expressão são equívocos históricos da esquerda autoritária que atrapalham o desenvolvimento do socialismo para o comunismo, cuja essência é libertária.

Cuba precisa de reformas para que, livre dos entraves autoritários, o povo cubano possa aprofundar ainda mais a revolução. Mais do que sobreviver às investidas do império, conciliar o socialismo com a liberdade é a grande contribuição que os cubanos podem dar à humanidade.

O camarada Fidel com certeza não acertou todas, até porque isto é impossível para qualquer um. Mas com certeza é um herói da humanidade, um herói que lutou a vida inteira pela emancipação do seu povo e de todos os povos.

Porém, assim como todo herói, da realidade ou da ficção, é apenas a representação simbólica do heroísmo do seu povo.

Outros como Fidel virão, muitos ainda terão o triste fim de Vercingétorix, mas nós continuaremos a sonhar com um mundo onde Asterix e Obelix não sejam derrotados nunca.

Viva Fidel e o povo cubano!

E que os druidas da Santeria continuem preparando a boa e velha “poção mágica”...

Por Tutatis!

Renato Cinco

domingo, 10 de fevereiro de 2008

SENTE A MARESIA

A marcha da maconha, que gerou polêmica no ano passado, cresceu e se multiplicou. Será realizada este ano, no dia 4 de maio, em 10 cidades: Rio, Curitiba, Belo Horizonte, Fortaleza, João Pessoa, Porto Alegre, Recife, São Paulo, Salvador, Cuiabá e Santos.

publicado no "Informe do Dia", Jornal "O Dia", 8 de fevereiro de 2008 página 4.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Bola Preta no Aterro, rumo aos 2 milhões!!!

Galera,

O Bola Preta, maior e mais popular bloco do Rio, deveria chamar pra si a responsabilidade de saudavelmente rivalizar com o Galo da Madruga pelo título de maior bloco do Brasil.

Mas para isso o Bola tem que abandonar o aperto da Rio Branco e passar a sair da Cinelândia rumo Aterro do Flamengo.

O Galo ocupa mais de 4km para alcançar os dois milhões.

Está na hora do Bola superar a crise virando o maior bloco de carnaval do mundo!!!


ps: poderia ser feito um acordo com alguma cervejaria, onde eles colocariam "bares móveis" que serviriam também para amplificar o som da banda.